Limite de faturamento para enquadramento das micro, pequenas e médias empresas passará de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na manhã desta terça-feira (13) uma série de medidas para estimular o crédito às micro e pequenas empresas brasileiras. Entre as medidas está o aumento do limite de faturamento para enquadramento das micro, pequenas e médias empresas, que passará de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões.
As medidas têm como foco estimular que mais empresas tenham acesso às linhas de crédito. “O nosso objetivo é simplificar”, destacou Ricardo Ramos, diretor de exportação e operações indiretas do BNDES.
De acordo com Ricardo, a expectativa é de que 1,5 mil empresas a mais tenham acesso às operações de crédito em 2017. A expectativa é de um aumento projetado de 20% nos desembolsos para o segmento, um acréscimo de R$ 5,4 milhões em um ano, caso as condições da economia sigam as mesmas.
“A nossa intenção é fazer que o nosso produto chegue a mais empresas. As micro e pequenas empresas são as que mais geram empregos. Apoiando esse grupo estamos ajudando a sustentar esses empregos”, destacou o diretor.
O objetivo é reduzir o tempo. O BNDES pretende reduzir o processo de análise e concessão de crédito de 30 dias para dois dias ao longo de um ano. Também para estimular a economia, o limite de crédito do Cartão BNDES dobrará para R$ 2 milhões e terá uma versão Agro e será estendido a pessoas físicas, no caso, os produtores rurais.
Linha para produtores rurais
O orçamento do programa Moderfrota, para a modernização de máquinas agrícolas, ganhará reforço de R$2 bilhões. A linha do programa é voltada para produtores rurais com renda anual de atividades agropecuárias de até R$ 90 milhões. O BNDES prevê ainda outras facilidades para a aquisição de máquinas e equipamentos. Os financiamentos contratados pelo BNDES Finame terão prazo de pagamento que aumentará de 5 para 10 anos.
Um portal de internet que deve ser lançado no primeiro semestre de 2017 para dar mais visibilidade às linhas de crédito.
“A micro e pequena empresa não tem visibilidade das oportunidades que o BNDES oferece. Por isso estamos com o portal onde o empreendedor vai colocar as suas necessidades e lá ele verá os produtos que existem para a sua necessidade,” explicou Ricardo Ramos.
Para fortalecer o fluxo de caixa das empresas, o banco oferecer ao Programa BNDES de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren), também na modalidade direta – já é oferecido na modalidade indireta – sem o intermédio de agentes financeiros. A expectativa é que o programa ofereça R$ 800 milhões só em dezembro. Como o objetivo de estimular a produção, as pequenas e médias empresas terão acesso às linhas de crédito para capital de giro com as mesmas condições das empresas grandes: quem tem orçamento anual de até R$ 70 milhões e pagamento de até cinco anos.
“Em 2016, 87% das operações aprovadas do programa foram para médias e pequenas empresas”, contou Ramos.
Refinanciamento
Também para ampliar o acesso ao crédito, o Fundo Garantidor para Investimentos, que oferece cobertura de até 80% do valor financiado. Para pequenas e médias empresas, a cobertura máxima do valor financiado foi elevada de 50% para 70% e foi permitida a possibilidade de garantia nos financiamentos de capital de giro.
Para estimular a economia, o BNDES vai ampliar, em fevereiro de 2017, as opções de refinanciamento dos saldos vencidos das operações contratadas com o banco.
“Negociar refinanciamento é quase uma coisa primeira por causa da demanda gerada pelo que o país vem passando”, destacou Ramos.
Segundo o BNDEs poderão ser refinanciados inclusive saldos vencidos e a vencer de operações feitas no âmbito do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), encerrado em dezembro de 2015. “Esse refinanciamento será feito em TJLP e não às taxas fixas originais do PSI. Dessa forma, não haverá equalização de taxa de juros pelo Tesouro Nacional, em linha com o esforço do Governo Federal de reduzir o custo fiscal da União. O agente financeiro repassador também poderá ofertar o serviço aos seus clientes”, informou o banco.
O BNDES nega que o estímulo ao crédito das micro, pequenas e médias empresas seja causado pela crise no país. Os representantes da instituição afirmam que apenas às linhas de refinanciamento sejam voltadas para uma eventual conseqüência dos problemas econômicos pelos quais o país vem passando.
“A nossa intenção é fazer que o nosso produto chegue a mais empresas. As micro e pequenas empresas são as que mais geram empregos. Apoiando esse grupo estamos ajudando a sustentar esses empregos”, concluiu Ricardo Ramos.
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